30.10.12

THRASHCORE FAST VII - EDIÇÃO DE FINADOS - 02/11 (Goiânia)



A comemoração anual do seu desajuste social chegou! Se você gasta metade do salário (mínimo) em discos e ingressos pra gigs no subsolo do lugar mais sujo da cidade, se sua família já nem te chama pros aniversários porque o argumento de “ter rock no dia” sempre rola, não se incomode: você não tá sozinh@! Tem mais gente ao avesso do mundo do que você pode imaginar, e a sétima edição (puts, sétima edição!) do Thrashcore Fast é o melhor exemplo disso! Largue suas frustrações em casa, descole um saco de farinha (a que faz bem) pra tacar na cabeça d@s outr@s, leve boias, pranchinhas, e todo o tipo de macaquice que quiser aprontar. É dia dos mortos, mas também pode ser dia de festa! Sua vida real já te priva de coisa demais, então venha curtir um desabafo com a gente, respeitando todo mundo (afinal, diversão é pra tod@s e circle pit nunca foi lugar pra exalar testosterona), e dançando com a mesma euforia que o seu chefe usa pra cobrar melhores rendimentos no trabalho. Nessa quase década de desgraceira, já rodamos tudo quanto é lugar nessa Goiânia e não encontramos melhor acolhimento que o quintal do Afonso, o famigerado Capim Pub, amado por muit@s e odiado por outr@s tant@s. O espaço é curto, o palco é pequeno, e esse negócio de público e banda vira uma coisa só, do jeito que a gente gosta. Vá preparad@! Gente encima de gente, calor infernal, intensidade, e uma explosão de carisma e amizade pra te provar que o melhor lugar do mundo é ali!

Seguindo a velha cartilha de oscilar entre as nuances mais paradoxas do metal e do hardcore, 3 bandas locais, uma dos entornos do Goiás, e mais um oferecimento holandês encabeçado pelo Richard UPS. Para custear os encargos com aluguel de som e passagens da gringaiada, cobraremos o investimento de 10 pilas, o que talvez não seja o mais justo dos preços, mas é o mínimo possível pra gente não se fuder de vez no fim das contas. Se fosse pra ganhar grana a gente tava atrás da Rouanet ou da Lei Goyazes e mesmo assim o ingresso seria uns 30 reais (não é assim que fazem por aí?), o que tá longe de ser o caso.


BANDAS


ENTRE OS DENTES

A melhor banda de Goiânia que você nunca viu soa como um misto juvenil e desesperado de Corrosion of Conformity fase Animosity com a patota nacional pós 2000 do “toque rápido ou morra”. Straight Edges sem deus no coração, junkies loucos aficcionados por skate, e muita raiva de espírito abrindo os portais do inferno nesse princípio de noite dos mortos!

http://www.myspace.com/entreosdente

DEAD ZONE (Águas Lindas)

Gordinho da barragem e Darkhell não se entregaram aos caprichos do tempo e continuam sapecando os melhores moshs que as seminais da Bay Area criaram com propriedade lá nos anos 80. Curte um Vio-lence? Quer entender a magia que fez do eixo do pequi a melhor cena do Thrash no Brasil? Aperta a calça, sapeca a bandana na testa e aprenda a levar a sério o termo “pião” pro rock!

http://www.youtube.com/watch?v=ZPzHXBRmcDs

RESSONÂNCIA MÓRFICA

Responsáveis por uma tour histórica pelo Brasil em 2009, a Ressonância Mórfica toma as rédeas da desgraceira propriamente dita da noite. Death Metal? Doom? Grind? Tudo junto e misturado, mais uma dose extra de Napalm Death e Sepultura rolê Chaos AD, cachaça Sapupara, gente boísse e a literatura refinada do Marcão. Nova formação, novas músicas, e a mesma inquietude infernal e sonora de sempre!

http://www.myspace.com/ressonanciamorfica

TIREI ZERO

O Pedrinho passou na OAB e o Bruno tá curtindo a Engenharia Civil, mas isso não quer dizer nada. Se o desajuste social ainda toma conta dessas almas podres, o Tirei Zero é mais uma prova viva de como adultecer com espírito de dois ou dez no golzinho de tijolo. Beije seu disco predileto do 7 Seconds, queime sua beca de formatura e se jogue no pogo infanto-juvenil d@s reprovad@s!

http://www.myspace.com/tireizero

THE SHINING (Holanda)

Avalanche thrashcore vinda do mesmo beco que nos brindou com o Waking The Dead ano passado. Palhetadas a mil e circle pit te induzindo aos 120 km por hora, reunindo tudo o que de bom foi feito no estilo em uma banda só. Esqueça o Municipal Waste, resgate sua flanela amassada no fundo do armário e se jogue no bonde do iluminado!

http://theshiningthrash.bandcamp.com/

RESUMO

THRASHCORE FAST 7 - EDIÇÃO DE FINADOS

DATA: 02/11/12

LOCAL: Capim Pub (Rua 05, Esq. com Avenida Independência, Nº 65. Setor Aeroporto - Goiânia-GO)

INVESTIMENTO: $10

HORÁRIO: A Partir das 16 horas

BANDAS

THE SHINING (Holanda)

DEAD ZONE (Águas Lindas)

TIREI ZERO

RESSONÂNCIA MÓRFICA

ENTRE OS DENTES



SEJA A CENA!
Texto: Júlio
(FLYER LINDO: DIOGO RUSTOFF =
http://www.flickr.com/photos/rustoff/)

Coerência - Tyler (Single 2012)

Nova single da banda goianiense de hardcore melódico Coerência. A cantiga "Tyler" foi gravada no estúdio Fantom e produzida por Geovani Maia e Coerência. Masterizada por Geovani Maia.


24.10.12

Despejo Fast - Parte 2 - 28/10 - Goiânia


Despejo Fast - Parte 2

Com as bandas:

Descarga Negativa
Corja
Livre?
El Touche 77
Pertinácia
Autoras do Fato

Data: 28/10/12
Horário: 14 horas
Local: Av. T-2 c/ Av. T-8, ao lado da Elmo Engenharia e Vidraçaria Bueno, Setor Bueno, Goiânia-GO
Valor: 2 reais

23.10.12

Natural Chaos - Bootleg (2012)





NATURAL CHAOS surgiu no final do ano de 2007 - Novembro - após o fim da antiga banda Black Church. Com os problemas internos que estavam ocorrendo com bastante frequência na Black Church, brigas entre os membros, cobranças exageradas, o fim foi inevitável. 

Paulo Peixoto - guitarrista na época - decidiu abandonar a banda e formar outra na intenção de tocar um som mais pesado e rápido, influenciado por estilos como Thrash metal, Death metal, hardcore, punk crust, e para isso, conversou com o também ex-membro da Black Church, Sidney "Sapão" (ex-Brutal, ex-Asfixia), baixista e vocalista, que imediatamente aceitou formar a banda. Nessa nova empreitada, Sidney e Paulo já haviam composto duas novas músicas ( Inherited pain e Dictator's head) e decidiram reaproveitar duas músicas (No rest for the humanity e Port of desolation) de sua antiga banda que haviam sido compostas por "Sapão". Já com os trabalhos bem avançados no que diz respeito às composições, eles ainda precisavam completar a banda, reunir pessoas apoiassem a mesma proposta de som. 

Baterista? Resolvem então entrar em contato com o também ex-membro da BLACK CHURCH, Márcio "Lord Grave" Guterrez (Crucifixion BR), que prontamente aceitou participar da banda. Com a banda parcialmente formada, os três integrantes decidem partir para os ensaios, porém ainda faltava algo, uma guitarra para dar equilíbrio ao grupo. Anderson "GT" Alves (ex-Morto, Ex-Anphisbenah, Ex-Azmodahm, ex-Brutal) junta-se à banda como guitarrista solo, sua harmonização com os demais integrantes do grupo foi extremamente rápida, o que resultou em sua primeira contribuição para o grupo, ajudando a compor a música "CHAOS". 

Com a banda completa, era hora de correr em busca oportunidades para se apresentar em festivais, e dessa maneira ocorreram os três primeiros shows da banda. Após nove meses de ensaios intensos, começam a surgir os primeiros problemas. Márcio "Lord Grave", devido a seus problemas pessoais começa a tornar-se ausente nos ensaios, inclusive faltando a gravação do que seria a primeira demo da NATURAL CHAOS - nessa ocasião a bateria fora gravada por Paulo, que não aprovou o resultado e final e culminou no arquivamento da música "PORT OF DESOLATION" - fato que acabou ocasionando, depois de muitas conversas, sua saída da banda.

Com a saída de Márcio, passam-se três meses de inatividade da banda, até que Anderson "GT" sugeriu que fosse feito um teste com Maicon Ribeiro - na época "GT" e Maicon tocavam juntos na banda AZMODAHM - pois o baterista tinha uma pegada singular e sua entrada na banda poderia ser muito positiva. De fato, as expectativas se concretizaram, Maicon foi convidado a fazer parte da banda, rápidamente os sons foram passados ao novo integrante e os shows foram retomados. Para estréia da nova formação a NATURAL CHAOS em parceria com um grande amigo, Carlos - vocalista/guitarrista da INDULGENCE - organizam um festival de bandas da cena portoalegrense, 2° ARMAGEDOM METAL FEST. O evento foi um sucesso, com a realização de ótimos shows e uma performance  satisfatória da nova formação da NATURAL CHAOS. Ainda com essa nova formação e a empolgação em alta dos integrantes, a banda faz seu primeiro show fora do Rio Grande do Sul, na cidade de Criciúma/SC, um show memorável para a banda. Depois de muitos shows realizado com essa formação, Maicon, começa a passar por problemas pessoais relacionados ao seu serviço, que começa a impossibilitar sua participação mais ativa no grupo o que consequentemente faz com que ele se afaste da banda e até da música. Diante de tal situação, a banda optou por procurar outro baterista. Entraria então, temporariamente, em 2009, Paulo "Lepercus" (ex-Baal Hamon, ex-Savannah, ex- Blackned), que apesar de ser ótimo baterista e um grande camarada, não conseguiu adaptar-se aos horários de ensaio da banda, pois seus estudos e serviço não lhe possibilitavam essa flexibilização de horários. Sua estadia na banda durou pouco mais de um mês e os outros integrantes decidiram por liberá-lo para que pudesse seguir em frente.

Dessa vez - sem baterista oficial - a banda resolve dar continuidade as atividades. Uma noite, após um ensaio, em uma lancheria próxima ao estúdio onde costumavam ensaiar, "GT" sugere que Paulo Peixoto - até então guitarrista - assuma a bateria e convida Carlos Oliveira (INDULGENCE) para assumir a guitarra no lugar de Paulo. Todos imediatamente aceitam a proposta. Com as situação definida, a banda parte para os ensaios, afim de que Paulo se adapte melhor a nova função e Carlos se familiarize com as composições da banda. A evolução é inevitável, as composições ficam mais maduras, precisas, e o peso sofre um aumento considerável. 

Em 2010 a banda resolve abandonar os estúdios existentes na cidade de Porto Alegre e decide montar seu próprio estúdio. O objetivo principal era poder produzir seu primeiro disco oficial sem ter que sofrer o abuso inescrupuloso dos produtores e donos de estúdio que intencionalmente acabam por deixar todas as bandas com uma sonoridade semelhante. É nesse momento que a banda adota a filosofia Do It Yourself (faça você mesmo) e quebrando barreiras quanto aos estilos musicais, tocando com bandas de qualquer estilo dentro do som pesado, organizando seus próprios shows. Desde então a banda segue trabalhando em seu estúdio, ensaiando para shows e trabalhando em novas músicas.



Download:

20.10.12

Despejo Fast Part 1 - 21/10 - Goiânia


DESPEJO FAST PART 1

Batalha de bandas

Higiene Mental (Abrindo a batalha)
Diskontrolly Social X Vítimas da Injustiça
Entre Os Dentes X WxCxM
Piratas do Cachimbo X Tarja Preta

Data: 21/10/12  (Domingo)
Local: Av. T-8 com Av. T-2, Qd 55 Lt 07, ao lado da Elmo Engenharia - Setor Bueno (Goiânia-GO)
Valor: GRÁTIS
Início: 14:00 horas
Link do evento: https://www.facebook.com/events/477521168945868/?fref=ts

Atenção: Se chover não vai rolar, e aí vai ficar pro outro domingo...

18.10.12

HC-137 - 25 anos do acidente radioativo em Goiânia - 20/10


Show de 25 anos do acidente radioativo ocorrido em Goiânia com:

HC-137 

Data: 20/10/12
Horário: 21 horas
Local: Diablo Pub (Goiânia)
Valor: 10 reais

Participação de membros e ex-membros de uma das mais importantes bandas punk/hardcore da cidade num show épico!

17.10.12

Baixo Calão - Atmo Mediokra (2012)





Vou aqui relatar as impressões que tive do novo disco da banda paraense Baixo Calão. Recebi esse disco em casa já tem alguns meses, foi bem quando lançou e tal. Enviado (se eu não me engano) pelo Leandro Pörckö, lembro que passei a semana ouvindo o disco, faixa por faixa, sacando as letras, os timbres, a qualidade do encarte e tudo mais. Tipo, eu sempre curti de ler os agradecimentos, a ficha técnica, saber quem fez a arte de capa e tal. Pois bem, voltando um pouco, conheci a banda através da net e por conta do blog, lembro que pirei no som e fui atrás da discografia da banda, até o ponto em que rolou um contato com o Leandro, o mesmo perguntou se poderia colocar o blog na dedicatória do disco, eu aceitei, claro. Então negadis, "Atmo Mediokra" foi lançado esse ano com a ajuda de alguns selos/produtoras (Rola Bosta Discos/Distro Rock Records/HC 80 Produções Underground), pra quem tem o disco físico em mãos, sabe da qualidade absurda que está esse registro.
Bom, a bolachinha é toda no melhor estilo grindcore de ser, letras em português com um estilo meio niilista de falar dos podres da sociedade e desse sistema-carniça. A pegada não fica só no grind, o death e o hardcore cru estão presente nas cantigas. O gutural é outro destaque, hora mais agudo, hora mais grave. São 17 musicólas, destaque para "Atmo Mediokra" (3ª faixa e que recebe o nome do disco), "Cordão Umbilical Farpado (7ª do disco, a letra é um nó no pescoço daqueles que vivem reféns do sistema.) e "Pra Que Sapiens?" (17ª faixa, colagem com um discurso-dedo-na-ferida-do-ser-humano, melhor cantiga do disco pra mim!). Claro que o disco está todo lindo, para amantes de Nasum, Napalm, Hutt, D.E.R..., esses nortistas merecem um bom destaque na cena nacional. Aliás, recentemente os cabras bailaram no renomado e podre Obscene Extreme Festival, justo pela caminhada e pelo trampo que os bonitos fazem. 
Se você tiver afim de conhecer mais da banda, adquirir materiais e tal..., segue o link da página da banda no feice-buck ou se preferir entre em contato nos seguintes endereços: leandropadilha-2005@hotmail.com / william_speixoto@hotmail.com. Esse disco é paulada na mulêra de pessoa desavisada e mel de arapuá para amantes do estilo.


Myspace: Baixo Calão

Download:

Silêncio & Caos - 19/10 - Old Studio


ND Produções & TBonTB Records Apresentam:

SILÊNCIO & CAOS

Pröjjetö Macabrö (PE)
Ímpeto
Vítimas da Injustiça
Tarja Preta
Benzinol Possesso

Data: 19/10/12 (Sexta-feira)
Horário: 20 horas
Valor: 8 reais
Local: Old Studio (Rua 24 c/ rua 4, centro, Goiânia-GO)

Proibido a entrada de menores de 18 anos!

16.10.12

Entrevista (ou quase isso) com Júlio (Tirei Zero, WxCxM, PxPxC, Ímpeto)




E aí negadis? Muito tempo sem entrevista legal, fiquei matutando em botecos sujos da periferia de Goiânia em quem eu convidaria para um lero sem pretensão de status (ou algo que o valha.). Primeiro resolvi convidar alguém da cena local que produz shows, toca em bandas e possui outros projetos adjacentes. Peneirando em minha mente - do mesmo naipe quando se coa caco de vidro moído em meia calça pra fazer cerol - cheguei na figura elementar de Júlio César. O cabra, apesar de novo, já é velho de cena e tenho certeza que você já ouviu algum som em que o jovial participa, já presenciou algum espetáculo que o bonito organizou ou até mesmo leu algum escrito desse lindo cabarezeiro. Portanto, fique aí com esse lero e até mais ver.


1 - Primeiramente relate o início de tudo. Conte aí, cabra, como foi seu primeiro contato com esse mundo torto do hardcore/punk? Quais foram suas referências iniciais?


Muito obrigado pelo convite, Genor. Não me lembro de ter respondido uma entrevista desvinculada das bandas que toco, com um foco mais pessoal mesmo. A baixa auto-estima de costume vai pras alturas com esse tipo de coisa, hehe. Pô, não tenho uma lembrança fresca e específica de quando foi o primeiro contato com o punk. Acho que me encontrei com essa coisa toda lá por 2001 ou 2002, pelo meu irmão mais velho e por um cara que ainda mora aqui no Goiânia 2. Sempre rolavam umas festinhas lá na casa dele, a meninada classe média-alta do grunge de Goiânia aparecia e eu só ficava olhando de longe, meio deslocado, mas de alguma forma vislumbrado com o contexto de subversão que era criado, mesmo sem me dar conta na época. Paralelo a isso eu já tava descrençado de continuar no futsal, tinha começado a andar de skate, e a disposição pro rock foi acentuando até que em 2003, fãzinho de Nirvana, Raimundos, Ramones e recém-apresentado ao Mukeka Di Rato, fui ao show do Garotos Podres no Bananada e o resto não foge muito do que é hoje. Nesse dia comprei o Gaiola e minha vida nunca mais foi a mesma. Não que haja uma relação intrínseca de punk rock com ser largado, mas deixei de ser nerd na escola, tirei minhas primeiras notas vermelhas, só queria saber de comprar disco e riscar nome de banda nas carteiras. Começamos com o Wc Masculino mais ou menos nessa época, e foi aí que passei a ter uns contatos e referências mais interessantes. A partir de 2004 eu comecei a estudar no Centro, e vira e mexe matava aula pra ir ouvir desgraceira com o Márcio Mob Ape, dono da finada loja Marc Marc. Comprei muito disco e conheci muita coisa legal com esse cara. Mais ou menos nessa época, fiquei próximo do pessoal do Ímpeto e ali formou-se a minha escolinha pro hardcore. Toda a aproximação com o Straight Edge (na época) e com o vegetarianismo veio pela pilha de zines que o Bacural me emprestou, e minha nerdice com as bandas elevou a um nível mil pelo Didi, que me passava tipo uns 20 discos a cada vez que a gente se encontrava. Com 15 anos eu tava com uma fitinha com Heresy e Ripcord gravada, ouvindo e pulando na cama. Foi tudo muito rápido, tá ligado? Outro ponto interessante foi a conexão-pequi travada (a princípio mentalmente, mas foi) com Brasília a partir do dia que vi o Terror Revolucionário pela primeira vez, no Goiânia Noise de 2003, se não me falha a memória.  Elxs já eram de casa, mas tudo foi muito novo pra mim. Disseminou uma semente que sobrevive até hoje aqui na minha cabeça. 


2 - Você é o multi-homem da cena aqui da cidade. Da produção de zines à baterista de inúmeras bandas, tu também nos proporciona belíssimos eventos e um intercâmbio muito legal com bandas de outros estados. Relate um pouco quais são as motivações pra tocar cada projeto sem desanimar nessa árdua caminhada?


Acho que é por gostar mesmo, né. Involuntariamente eu convencionei minha vida ao faça-você-mesmx e sempre valorizei a precariedade e a intenção muito além da perspectiva técnico-aprimorada e muitas vezes chata que se instaurou no nosso meio, principalmente em Goiânia. Não que não seja importante, mas esse conforto e essa exigência muita vezes estacionam num modo conformista e estagnado. Acho isso uma merda das grandes. Não quero fugir muito da pergunta, então o que me motiva é a disposição em ver as coisas acontecendo, seja lá como for. Se só temos o Old e o Capim Pub, ótimo. Pra muita gente pode não parecer, mas isso é muito pra mim. Se fazer zine xerocado me agrada, eu vou fazer. Amo o envolvimento, o fazer parte do processo ao invés de pegar o produto pronto, o “moldar de um jeito que me agrada”, mas que ao mesmo tempo pluraliza os benefícios. Bom pras bandas, bom pra quem faz, bom pro cara do som, bom pro dono do local, bom pro público... Mesmo que nunca agrade todo mundo (isso é impossível), no fim das contas a caminhada nem fica tão árdua assim, sabe. Fica é muito mais intensa e prazerosa, porque mesmo que dê errado vai dar certo. Você sempre faz novas amizades, interage de alguma forma, adquire e passa informação, aprende, ensina, ri, chora, sempre em conjunto... Se existe coisa melhor no mundo que todo esse escambo, meu amigo, eu ainda não descobri e acho que nem vou.  


3 - Ainda na esfera dos eventos, você juntamente com o Pedrim (vocalista do Tirei Zero) são os responsáveis pelo Thrash Core Fast, considerado o evento mais importante da cena já há alguns anos. Como que foi a ideia de fazer, o surgimento do belo nome, os perrengues, alegrias e se possível poderia adiantar o que vai rolar nesse ano?


A “história” (me sinto um velho falando assim) do Thrash Core Fast tem duas partes principais: a idealização, pré-Pedrinho, e a prática, depois que ele apareceu. Lá por 2004, 2005, quando eu e o Alexandre (guitarra do WC) começamos a ter mais contato com a base dos shows (fosse tocando, fosse acompanhando a correria de quem fazia), pilhamos de fazer um também. Na verdade, o que catalisou essa vontade foi o fato do WC ter tocado no segundo Caga Sangue Thrash, em Brasília. Ficamos impressionados com a magia, a insanidade, o monte de gente se aglomerando num cubículo, e voltamos pra casa com vontade de fazer algo nos mesmos moldes. Chegamos a listar umas bandas, o Alexandre chegou a fazer um flyer (o nome também é coisa dele, não faço ideia do porque nem como surgiu), mas nossa enrolação infanto-juvenil não permitiu que o planejamento saísse do papel. Até que em 2006 o Pedrinho apareceu, ficamos muito amigos e nos juntamos pra trazer pra Goiânia umas bandas que a gente queria ver, mas que ninguém trazia. Foi muito louco isso. Terceiro ano do ensino médio, pressão de família, e nós andando a pé do Vaca Brava até a Avenida Paranaíba colando cartaz do show, com balde de cola na mão e debaixo de chuva. Foram bons dias de planejamento na casa do nosso camarada Marco Túlio, pelas entranhas do Bairro Feliz. O colégio maltratando as cabeças com o aulismo pré-vestibular, e nosso mundo se reduzindo a ouvir rock, jogar vídeo game e comer a soja deliciosa da dona Clarissa. Pedrinho tinha uma grana guardada, contactei uns amigos de Brasília e daqui de Goiânia, o Totonho deu uma força com o transporte das bandas de fora, e foi aquela festa que quem viu sabe. De lá pra cá muita coisa aconteceu, mas pouca coisa mudou. A perspectiva do Thrash Core é a mesma, a coligação com as amizades daqui e de fora fortaleceu bastante, e por incrível que pareça, já vamos pra sétima edição em 2012. Nesse mundo incerto do rock, isso é um número até bom, né? Tem um monte de gente daqui que vira e mexe me pergunta sobre o show, que diz ter entrado pro rock pela espontaneidade e liberdade que alguma das edições trouxe pra sua vida e etc. Outra coisa muito legal é a união que rola pelo Thrashcore. Nas últimas edições muita gente se dispôs a ajudar com todo o tipo de correria que você imaginar. Apareceu o Bruno, tem meu irmão mais novo, você e a Nati, o Bacural, as meninas que sempre ajudam com o bar e portaria... Bicho, minha missão no mundo tá cumprida. Pra esse ano, vai vir o The Shining, da Holanda (dá pra ouvir uns sons por aqui: http://www.myspace.com/theshiningtrash), em mais uma parceria com o holandês doido naturalizado brasileiro Richard UPS, e o camarada Juberto, da Rock Mutante. Será no dia 02 de Novembro, e logo menos tudo vai ser divulgado pro mundo. 


4 - Eu te considero como o Raimundo Soldado da bateria. Classe, elegância para conduzir as baquetas e rapidez precisa nas batidas. Quais são suas influências, aqueles raparigos que você ouviu e que definiu a sua chegada até esse nobre instrumento?


Rapaz, Raimundo Soldado da bateria! Melhor adjetivo que eu já recebi na vida, obrigado! Sou carroceirão, cara. Toco mais na raça do qualquer outra coisa, talvez por moldar meu jeito de tocar só pelo que vejo dos outros tocando, além de não ter batera pra treinar. Tem muita gente que me inspirou/inspira, principalmente porque eu ouço música o tempo todo, de todo tipo. Um apanhado dos que me lembro, por ordem cronológica:

2003-2006: Renzo (DFC), Pete Sandoval (só pelo Terrorizer; gosto do Morbid Angel, mas dali eu não absorvi nada, infelizmente), Felix Griffin (DRI), Lúcio Webert (Didi), e o Bilmor (Mob Ape).

2006-2010: Barata (DER, Sick Terror, Tri Lambda e Test; mudei completamente meu jeito torto de tocar depois que vi o Barata pela primeira vez, e cada vez que vejo é uma experiência diferente, sempre incrível!), Nino Tenório (Discarga e MACE; o que me fez levar esse negócio de “toque rápido ou morra” a sério), Boka (RDP, I Shot Cyrus, mestre das viradas), David “Batera” (Violator; é carroceiro, mas me ensinou que bater forte na caixa é o que vale), e o Marcão (Ação Direta e hoje também do Dead Fish).

2011-hoje: Maurício Takara (o gênio por trás do Hurtmold, SP Underground...), Richard Ribeiro (também do SP Underground, Porto, tocou no Diagonal e no Debate), Brendan Canty (Fugazi), George Hurley (Minutemen, fIREHOSE) e o Serginho (Leptospirose).


5 - Sei que você gosta bastante de música instrumental. Como que foi seu primeiro contato com esse mundo frito das cantigas improvisadas? E o que tem ouvido nessa estética de som?


Do que eu me lembro, meu primeiro contato com música desse porte foi no Goiânia Noise de 2003, durante o show do Objeto Amarelo na quadra do Jóquei. Não é uma banda instrumental propriamente dita, mas as experimentações e a dinâmica audiovisual me incomodaram bastante. Meio que brotaram a semente do “você não precisa de voz pra dizer algo”, tá ligado? A chama adormeceu, e só voltou com gás quando saiu o primeiro disco do Eu Serei a Hiena, que explorava um lance mais post rock, mais “climatizado”, sossegado e pouco selvagem. Fui procurar pelas influências, cheguei no Tortoise e no Hurtmold e fui só subindo a ladeira. Essa conversa de música instrumental abrange muita coisa, que desmistifica a ideia de, sei lá, ser nada mais que “som de velho”, música estática e morna que “pré-conceituosamente” criam por aí. Tem muita coisa enérgica e intensa, cara. Tô pirando muito em sons eletrônicos também, o que, partindo do pré-suposto que música instrumental é música sem vocal, também se encaixa no gênero. O que mais gostei de conhecer de uns tempos pra cá foram o Mulatu of Etiopia, do Mulatu Astatke, o hipnotizante The Psychic Nature of Being, do Lichens, o disco homônimo do Elma (metal tortuoso e matemático doidasso de São Paulo), os sons novos do Hurtmold, e o ep do Mel Azul que saiu ano passado. 


6 - Aqui na cidade faltam espaços para shows, tem as famosas rés por conta de falta público em eventos, enfim..., uma pá de situação que desanima quem está envolvido com as produções contraculturais da cidade e vejo que você está sempre fazendo, produzindo algo interessante. O desânimo rola também contigo? O que motiva seguir em frente?

Ah bicho, esse é um tipo de problema que sempre existiu e infelizmente sempre vai existir. Não é um ponto de vista negativo; só acho que a perfeição pros nossos padrões de show só virá quando tivermos nosso próprio lugar, o que ainda é uma realidade distante. Fico desmotivado com a falta de compreensão de certos donos de espaço, pela pouca flexibilidade em fazer algo interessante pra todos os lados, mas não acho que seja argumento pra abrir mão do principal que é fazer. Isso não pode ser empecilho, a não ser que chegue a um extremo que te impossibilite, mas, mesmo assim, sempre vai haver uma luz no fim do túnel. É só querer enxergar. O meu ranço maior com as “produções” veio ano passado, mas num momento de mais desequilíbrio e falta de perspectiva pessoal que qualquer outra coisa. Continuo porque gosto, porque me sinto vivo e completo fazendo parte disso. Não sei por quanto tempo, mas hoje é o que de mais importante tenho comigo. 

7 - Cite um show que você queria ver/fazer aqui na cidade?


Do passado, do presente e do futuro, os que mais queria ver/me envolver seriam o Hurtmold, São Paulo Underground, Os Estudantes, The Renegades Of Punk, I Shot Cyrus (esse vai só no sonho mesmo, mas não tem problema), fazer um show do Test num fim de tarde de meio de semana em frente à Hocus Pocus, e mais um possível monte de coisa que eu não me lembro agora.


8 - E de som, o que você indica para uma boa (ou má) audição?


Seriam 10, mas aí vão 11 das coisas mais legais de ultimamente:

-Daylight Robbery: alternância de vocais homem/mulher sensacional; mais X, impossível. http://daylightrobbery.bandcamp.com/

-Boston Strangler: o hype do hardcore mundial tem razão; a fúria das grandes tá toda aqui. http://elementaryrevolt.blogspot.com/2012/07/the-boston-strangler-primitive-lp-2012.html

-Creem: hardcore carrancudo com voz de Ray Cappo, só que sem os grunhidos; http://derangedrecords.bandcamp.com/album/creem

-Elma: metal dissonante e matemático, extremamente torto, pesado e sem voz; http://elma.bandcamp.com/

-Assembleia Rítmica de Pinheiros: Guilherme Granado + Maurício Takara + uns gente boa de São Paulo. Experimentalismo e improvisação em mais uma empreitada dos mestres do barulho; http://www.hominiscanidae.org/2012/07/assembleia-ritmica-de-pinheiros-ao-vivo.html

-Badbadnotgood: clima introspectivo e melancólico brincando de jazz, feito por criancinhas de 20 e poucos anos;  http://badbadnotgood.bandcamp.com/

-Ameaça Cigana/Homem Elefante split: BGK + Poison Idea + Richmond hardcore de um lado; agonia, paranoia, cafeína e Loose Nut do outro. Meu até então predileto lançamento de 2012 no Brasil. http://ameacacigana.bandcamp.com/ e http://soundcloud.com/marc0srodrigues/sets/split-amea-a-elefante

-Gerações Perdidas: a grata surpresa de Goiânia esse ano. Gente da gente tocando o típico hardcore/punk brasileiro aos moldes do Agrotóxico e companhia Red Star Records. http://www.myspace.com/geracoesperdidas

-Prokrastination Klan: The Decline of Western Civilization de São Paulo, gravação foda e toda a sujeira que o mundo precisa. http://prokrastinationklan.bandcamp.com/

-Urutu: N.W.O.B.H.M + Motorhead; som de ouvir e cantar com a caneca de cerveja pro alto. http://urutu.bandcamp.com/

-Skate Pirata: melhores refrões do mundo. http://skatepirata.bandcamp.com/


9 - Noto que você tem uma certa facilidade com a escrita, possui uma maneira bem bacana de detalhar as situações/ mini resenhas e etc., sei também que você faz jornalismo. Em que momento uma coisa se aproximou de outra em sua vida, digo, o fato de sua boa escrita te deixou mais próximo do mundo do jornalismo?


Valeu, cara! Esse negócio de escrever sobre rock é possivelmente o que mais gosto de fazer na vida. Fico feliz demais em compartilhar e absorver informação sobre isso, mas não acho que me deixou mais próximo do Jornalismo. Involuntariamente se aproxima porque, por um lado, rola a comunicação e o repasse de informação, mas por outro eu tô sendo extremamente sincero, autônomo, indiscreto e entusiasmado, não tô vendendo notícia e nem creio que deva. Acho que o Jornalismo omite boa parte do que deveria ser escrachado, então não sei se aprovo essa aproximação. Prefiro dizer que essas coisas tão me deixando mais próximas de mim mesmo e das pessoas que se envolvem e gostam desse mundo vasto tanto quanto eu, mas da farsa que é o Jornalismo “formal” eu até prefiro que não. Ando meio pessimista com o curso, cara. A intenção ainda é terminar, mas já não tenho muita certeza de mais nada. 


10 - Achei muito foda aquele lance de você soltar podcast de seu selo/blog. Como que rola a seleção das cantigas, tem algum cronograma mapeado em sua mente ou vai de forma aleatória/indicações, enfim, como que se dá esse processo?


Que massa que curtiu! Isso foi a prática de um negócio que eu já vinha planejando a um bom tempo. Piro nos podcasts da Maximum Rock’n Roll e gostava muito de um programa chamado Underground Ways, apresentado semanalmente por uns amigos de Brasília. Minha ideia era soar parecido, meio que tomar os dois como parâmetro e fazer algo pra ver no que dava. Como tenho o laboratório de rádio da faculdade à disposição, ficou tudo um pouco mais fácil. Só cheguei com um roteirozinho, li tentando passar um ar de espontaneidade e taquei as músicas por cima. O ideal é fazer sem ler, numa dinâmica de papo mesmo, mas o pouco tempo lá não permite muita embromação, infelizmente. Nos dois que fiz, meu único critério era mapear por blocos temáticos, o que não quer dizer que eles serão fixos por todos os que virão (exceto pelo de novidades, que quero manter). Hoje mesmo tava ouvindo uma banda chamada Active Ingredients, um som chamado “I Hate MTV”, e já pensei em fazer o “bloco do ódio” no próximo programa, só com músicas com essa temática no nome. O pessoal da MMR faz muito isso. Acho do caralho. É meio doido, rolam umas aproximações ridicularmente coerentes na minha cabeça e monto os blocos, assim como todo o texto que compõe os intervalos sonoros. O produto de oito horas por dia de ineficácia laboral tem me permitido fazer essas coisas, hehe. É foda, o pensamento só conspira pro rock, mas to me divertindo demais, e impressionado que tem um tanto bom de gente se satisfazendo junto. A ideia é fazer um por semana. Vamos ver até quando eu consigo. 


11 - Agora são as bandas: pode citar as novidades dos milhares projetos musicais brilhantes que você possui?


Quanto elogio pra uma entrevista só! Já to ficando sem graça e mal acostumado, hehe. Então, voltei pro Wc a um tempinho e tamo com uns planos mirabolantes de gravar, de um jeito meio ousado e diferente do nosso convencional; deve sair até o fim do ano, se o Alexandre largar a vida cigana e o nosso plano maligno e caseiro der certo. Com o Tirei Zero, já começamos, acho que uns 15 sons, mas tá uma novela. Falta de tempo, enrolação e horários que não se encaixam, mas também estimo que até o fim do ano/começo do ano que vem deve sair o cdzinho prensado.  O Possuido sai por agora também. Gravamos 5 sons, sendo que 4 vão pro lado de um split em 7” com o Conquest For Death. Minha vontade era montar uma banda de cada estilo que eu gosto, de samba a stoner, hehe. É um plano pra aposentadoria. 


12 - E o Atlético-GO, hehehe?


Olha, 2012 foi difícil, o ano a ser esquecido dentro dessa trajetória de ascensão do Atlético. Investiu nos jogares errados, o planejamento do Goianão não foi sólido pra se manter pelo resto da temporada... O resultado não poderia ser outro. Eu lamento muito, mas agora é esperar pra ver no ano que vem. Tenho um medo lascado de o Atlético descer a escadinha e morrer no limbo da série C por mais uma década, como foi por boa parte dos anos 90. Espero que não. De qualquer forma, por ser atleticano, eu só queria deixar uma coisa bem clara: eu não tenho absolutamente nada a ver com a morte do Valério.


13 - É isso mano, valeu pela atenção e escreva o que achar que deve. Abraço e até qualquer rolê imundo, beyjos.


Eu que agradeço, Genor! Fiquei muito honrado em poder fazer parte do melhor blog do mundo mais uma vez. Fique firme, continue com a correria e pode contar comigo pro que precisar. Quem quiser saber mais dessas parafernálias físicas e virtuais que tenho me envolvido, é só ir acessando o http://pretextodevagabundo.blogspot.com que vez ou outra posto algo por lá. Nos vemos! 

Foto por: Katira

9.10.12

Grinding The Death - 13/10 em Goiânia


GRINDING THE DEATH

Celebração de aniversário:

Spiritual Carnage (23 anos) VS Ressonância Mórfica (15 anos)

Data: 13/10/12
Horário: 22:00
Valor: H 15 / M 10
Local: Diablo Pub (Rua 91, Nº 632, Setor Sul, Goiânia)

Detrito Acidente - Demo (2012)





Aê mano, recebi esse som já faz alguns dias. Baixei, gravei num CD-R vagabundéx e fui ouvir no somzim daqui de casa. E digo rapaz, é bom demais receber umas novidades dessas. A banda da vez é o Detrito Acidente (nome sensacional!), os joviais são lá de Indaial-SC, tiram um Skate Punk dos mais foda e o lance é muito original. A banda acabou de lançar uma demo que possui 8 cantigas. Rapidez, baixão presença, letras muito bem elaboradas e vocal-cru-bem-besta-fera. Se tu gosta de hardcore/punk direto com fortes influências do punk-oitenta-nacional e do hardcore-americano-oitentista, essa banda vai agradar seus sebosos ouvidos. Você pode ouvir/baixa o som dos bonitos pelo bandcamp e segui-los pelo feice-buck. Artezinha do disco tá muito finése, bem dergolândia!
Beyjos.


Myspace: Detrito Acidente (não)

Download:

2.10.12

Corja - Justiça Au GO GO (2012)




Corja é uma banda "dazantiga" da cena goiana, surgida no final dos anos 90, no meio daquela vibe cantoria-liga hardcore-domingão da brodage. Os caras já passaram por algumas formações e estilos (do rap ao thrash/crossover). Nos dias atuais a banda faz um som com várias influências pesadas (do punk/hardcore ao heavy metal), livres de rótulos. O conjunto é formado pela trinca Segundo (baixo e vocal), Daniel (bateria) e Camboja (guitarra e voz) e pra ser mais detalhista, ontem no período noturno a banda soltou o seu novo álbum pra download, enquanto o mesmo não sai de forma física. "Justiça Au GO GO" é o nome do segundo full álbum e é o sucessor do "Al Qaeda's Greatest Hits" datado de 2006. Nesse novo registro, Segundo & Cia destilam o veneno subversivo DIY em 13 cantigas muito bem elaboradas, com letras que criticam pessoas da cena underground ("Cena Organizada, Idéias Idiotas" com participação de Slake do WxCxM), a playboyzada machista da cidade que se sentem os pintudos em seus mega-carros ("Machomóvel"), a mídia manipuladora sempre a serviço dos interesses do Estado ("Não Compre Jornais, Minta Você Mesmo"), além de uma bonita musicóla em homenagem ao mestre Bukowski ("Chinaski"). Ouvi parte do disco ontem e terminei minha audição com mais calma agora pela parte da manhã, e digo, tá uma obra prima do underground goiano esse registro, pela gravação perfeita, pelo total entrosamento do trio, pelas ótimas estruturas de cada faixa, pelas letras e pelo vocal variado presença. O disco todo merece destaque, mas ouça "Televisão", crítica linda e música viajante.
Bom, essas foram as impressões toscas que tive desse álbum e você pode ouvir e baixar pelo bandcamp da banda. Beyjos.


Myspace: Corja

Download: