30.9.16

Sexta divertida com dupla sertaneja maconheira

Sexta passada, estava eu desmotivado e com o corpo pedindo arrego, após mais um dia de

escravidão trabalhista. A certeza, até então, era de passar aquela noite dando audiência pra algum reality show horroroso que passa em algum canal da tv paga. Eu gosto, e esse é um vício que sinto muita vergonha de compartilhar com alguns intelectos contemporâneos. Banhei, tirei o excesso do sal do corpo e a animação brotou como uma bela flor que nasce no meio do lixão.
Sabia que ia ter um rolêt no Capim Pub, mas o que eu desejava mesmo era a apresentação da Elza Soares, que rolava naquela mesma noite e há alguns bons quilômetros de minha pessoa. Fui pro mais barato e mais perto (óbvio), de Uber (o salva-vidas desses tempos atuais) e com um motora um tanto quanto esquisito. Tudo bem, de gentes doida eu já estou acostumado e quando cheguei no local do crime, avistei um bolinho de pessoas na porta e logo tratei de pagar minha entrada e adentrar naquele recinto. Recinto este, que por algum tempo fez parte da minha rota boêmia da cidade. Por ali tive boas diversões, conversas, chapações e bons ritos de amizades. Desci a rampinha clássica do Capim, avistei uma geladeira retrô-podre com alguns decalques de bandas (inclusive deste blog figurava por lá) e vi aquele quintalzinho do aconchego de punk fedidos um tanto repaginado, com uns meio-arcos de bambus, quadros e decoração peculiar. Vi que tava rolando umas cantigas ferozes e saquei que já estava acontecendo a seleção musical de Júlio Baron (Pretexto de Vagabundo Edições, Ímpeto, Possuído Pelo Cão, Ameaça Cigana, Tirei Zero e homem bom pro povo), que por sinal fez este que aqui rasura dançar bastante com muito punk-faquinha, groove, clássicos e hardcore lado-b na trilha desconcertante. Entre uma golada e outra numa lata quente de antarctica (tradição da casa desde sempre), uma nota de cinco leros que achei vacilando no chão do ambiente serviu pra completar o miúdo gastante daquela noite. Já com as vistas meio
baixas, vi que começaria o stand up comedy de Jordão, cabra bem conhecido do rock goiano e que baila nas bandas Woolloongabbas e Criatura Nuclear. Entre alguma piadas horrorosas e a maioria com um humor meio Ari Toledo, o jovial que adiou precocemente o desafio menos 30kg, fez chacota com o rock goiano e política goianiense, tirando boas risadas e alguns constrangimentos do pessoal presente. Nessa altura, confesso que já estava alterado por conta do álcool, mas a dignidade ainda pairava em minha pobre alma e fiz questão de ver a grande atração daquela noite, a dupla de sertanejo maconheira Waldi & Redson. Pelo que eu lembro, vi alguma apresentação deles no Martim Cererê e na época eu não dei muito valor. Estava eu ali agora pra tampar o buraco da cárie com carne moída e arrumar esse grave erro cometido por mim. E amizades..., que apresentação maravilhosa, fiquei bem impressionado com boa parte do público cantarolando os versos da duplinha-cabrobó-do-cerrado e fiquei bem feliz naquele momento por ter presenciado algo tão original e bem feito, gostei de verdade. Terminado o rolêt, parti para o Bar da Cida, ali na Rua 5, perto da Paranaíba, reduto dos filhos do césio (meletas, crakuds) pra bater um rango firme e beber uns litrão barato. Chegando lá, vi que o Goiás estava ganhando do Oeste fora de casa, com gols do Léo Gamélio (acho que é assim que escreve) e Léo Lima. Topei com um mano antigo da Força Jovem e por fim terminei da chapar naquela noite maravilhosa. Cheguei em meu lar, capotei e no dia seguinte tive que marcar presença numa aula infame de matemática. É..., a diversão tem um preço e cada um tem que segurar a responsa da maneira correta (ou não). Valeu e até a próxima.

ps.: este rolêt-maravilha foi organizado por Zé Ninguém

ps_2.: esse texto horroroso foi escrito com esta trilha sonora de fundo

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